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A revolução do sentir

Falar de liderança é falar sobre impactos significativos no mercado e no meio ambiente. Mas é também falar de pessoas. Líderes têm nomes, famílias, valores, dificuldades, medos e emoções. São pessoas e não podem continuar sendo tratados apenas com os óculos do bom exemplo ou da boa gestão. Afinal, as empresas, assim como seus gestores, existem para atender a demandas humanas e, para isso, é preciso trazer na pele a experiência de estar vivo e de se emocionar.

Durante o workshop “Liderança agente da transformação global” (ATG), oferecido no final de maio pelo MM2032 – movimento coordenado pelo jornal Diário do Comércio e que congrega empresas, organizações não governamentais e instituições de classe na luta pela promoção dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU – o professor Raimundo Soares falou sobre a importância da consciência como motor da busca por um olhar expandido. Para ele, o desenvolvimento individual está implicitamente associado ao desenvolvimento das relações pessoais e à evolução de suas comunidades de convívio.

Na prática isso quer dizer que somos únicos, mas que somos mais fortes juntos, em especial quando estimulamos o nosso senso histórico, o senso de conexão com a natureza e com as organizações. Essa conexão de sensos propicia a empatia, primeiro consigo mesmo e depois com o outro, trazendo à tona uma nova cultura, numa nova era. Se a consciência nos permitiu chegar até aqui e tratar o meio ambiente e as pessoas como estamos fazendo, este é um sinal claro de que não basta apenas ser consciente. À consciência é necessário acessar a capacidade de sentir. 

Para incentivar uma evolução sustentada pela gentileza, não é o bastante investir nas melhores técnicas, nas mais modernas práticas, nem no discurso mais elaborado. Isso é necessário, mas não é suficiente. A nova era exige de nós desenvolver o coração e promover a comunicação com comunidades. Somente a partir da experiência de viver e de conhecer realidades que de fato nos impactam, é que podemos compreender o que é empatia. Esse letramento sobre as emoções é o que de mais importante nossas lideranças precisam agora.

Atrás de cada mulher ou homem que ocupa o lugar de um gestor está alguém que necessita olhar para dentro de si, mergulhar com coragem na sua história e recolher dali suas forças, crenças e estratégias para influenciar positivamente o movimento de reinventar o mundo. São eles, em parceria com tantas organizações, movimentos, fundações, ONGs e líderes sociais e ambientais, que têm a potência da revolução pelo sentir. Isso não cabia há 20 anos, mas agora é indispensável. 

Se a força do nosso pensar e do nosso inventar não bastou para nos conectar com soluções mais éticas para o planeta, que o coração tome a frente do movimento da que é de todos nós e que só vamos vencer se, por meio de um olhar expandido, levantarmos a bandeira da revolução do sentir. É ele, o sentir, que abre as portas e janelas do que é invisível para a razão.

Artigo elaborado por Júnia Carvalho, do Coletivo É, e por Renata Melo, da Entreconsultoria.

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