Se fosse um casamento, eu diria que há três anos juntamos nossos panos. Se fosse uma sociedade, afirmaria que, durante este mesmo tempo, reunimos interesses e habilidades para crescer juntos. Mas somos um coletivo e isso mudou tudo. A premissa do nosso encontro passou a ser uma nova forma de comunicar com comunidades, diferente de tudo que sabíamos, mas, ao mesmo tempo, bebendo em fontes conhecidas.
Penso que “coletivizar” é um jeito de transformar o que aprendemos. Desde crianças, somos criados para estudar, trabalhar, casar, ter filhos e sucesso, se aposentar e morrer. A parte da morte é subliminar, pois ninguém gosta de falar dela. Porém, que outro destino pode ter alguém que se aposentou e cumpriu todas as demandas que dele se esperava?
Nosso primeiro passo foi olhar pra dentro e, por isso, contratamos o coaching sempre genial da Patrícia Lisboa. E como é difícil olhar para si e para a relação com o outro! Como é difícil entender o que é fazer junto! Mas, quando a gente entende e constata como é produtivo somar forças em vez de disputa-las só pra ser o melhor, a certeza despenca do pedestal e dá lugar a uma construção única, exatamente porque é múltipla.
Em seguida, olhamos pra fora, pro mercado, pro que havia de demanda e de entrega, pra forma como a comunicação estava posicionada em relação aos objetivos que aprendemos na escola. A primeira visada trouxe o glamour, característica marcante da comunicação em um mundo onde ela ainda é sinônimo de poder. Tivemos medo. Como um grupo tão pequeno, nascido de um propósito coletivo, encontraria lugar nessa terra de gigantes? Mesmo assim, seguimos adiante.
Hoje, juntos há três anos e contando com quatro colaboradores e vários parceiros, ainda nos sentimos como seis mosqueteiros. Desde março, trabalhamos em home office, utilizando várias plataformas e aplicativos de interação. Nossas entregas, orientadas pela humanização dos conteúdos e pela leveza de soluções, têm nos mostrado que o caminho é a simplicidade e a customização é a linha de frente.
Há dois meses, resolvemos ouvir nossos interlocutores e clientes mais próximos, promovendo uma enquete na qual perguntamos como nos veem. Em termos de metodologia, isso foge completamente às pesquisas de clima ou de reputação, nem temos tamanho pra isso. Mas o retorno nos deixou emocionados. O que buscávamos no começo se confirmou. Somos vistos com um grupo que trabalha junto, faz entregas diferenciadas e assertivas de planejamento, texto e design, é ágil e tem bom coração.
Histórias independem de fatos ou pessoas. Elas existem porque são bem contadas. Nós, do Coletivo É!, estamos escrevendo a nossa, com a tinta da diversidade, no papel do equilíbrio e com a borracha da humildade, que é o que de fato nos torna quem somos: um grupo que acredita na comunicação como forma de mediar o desenvolvimento das pessoas, em grupo ou individualmente, mas sempre à luz do direito inequívoco de ir além do que seus modos de vida preconizaram como futuro.