Quem nos conhece, sabe da nossa preferência pela comunicação com comunidades e por tudo que ela representa como possibilidade de compartilhar conhecimento, trabalho e criatividade. Somos um time pequeno, temos alguns colaboradores e muitos, muitos parceiros.
Ao longo desse caminho, tivemos que construir soluções customizadas e ter bastante paciência com nossas dúvidas e apreensões. É que nem a academia, nem a iniciativa privada e nem mesmo as organizações sociais de qualquer tipo foram capazes de nos dar algumas das respostas que precisávamos. E, vamos combinar, isso é complicado num mundo de tantas certezas.
Fato é que decidimos olhar de frente pra ela: a incerteza. Estávamos inventando diariamente um modo de trabalho que considera a liderança no lugar da hierarquia e o bem-estar no lugar do sucesso, quando a pandemia chegou. Sua presença nos impôs um novo propósito: como fazer juntos, estando separados? Sim, porque as tecnologias de interação que utilizamos ajudam muito nos processos, mas não ajudam naquilo que a gente acredita ser o maior poder da comunicação, que é o olho no olho.
Fomos pra casa, uns mais felizes, outros menos. No início, muitos acordos, necessários pra gente não se sentir perdido. Em seguida, veio o espaço para as descobertas. Insatisfeitos apenas com nossas opiniões, nos desafiamos a pesquisar, ler, ouvir gente de todo lugar e com todo tipo de experiência. Nasceu a série “É na sua casa!”, que está no ar em nossas redes sociais desde o início de maio, e que foi o berço de uma decisão que, como a maior parte das que tomamos, não se enquadra na categoria do definitivo.
Até o final de 2020 permaneceremos em casa. Vamos fechar o escritório em Belo Horizonte, guardar equipamentos, móveis e utensílios e patrocinar a instalação de um espaço home office para nós e nossos colaboradores. A partir de junho, o Coletivo É! contribuirá também com as despesas de internet e telefonia celular de cada um que está conosco. Além das duas reuniões a distância que fazemos por semana para falar de trabalho, vamos nos reunir periodicamente para falar da vida. Cada um em sua casa, com seu chá ou cerveja, tornando algumas noites talvez até melhores do que se estivéssemos num bar ou restaurante. Até a música pode ser compartilhada!
Por enquanto o que nos move é fazer juntos, mesmo estando separados. E quando o confinamento for deixando de ser necessário, novamente seremos aprendizes dessa escola que é a reflexão. Que perguntas o futuro próximo nos reserva? De qual ponto vamos retomar o que está por vir? Quem sabe a leveza do ser não seja mais tão insustentável? Porque a maior contribuição das perguntas é que elas geram novas indagações. Salve, mestre Yoda!